O que seu método de ensino tem de tão especial, para ser notado em um país com 3 milhões de professores? “Uso música e dança. Através da percussão, os alunos conseguem distinguir onde começa e termina uma palavra”, explicou Lopes ao DIA. Ele também associa canções a técnicas de relaxamento.


O jeitão despojado, característico de quem é do Rio de Janeiro, ajudou na profissão. “Minha descontração facilitou o contato com os alunos e as suas famílias”, acredita. 

Para ele, criatividade tem a ver com o estilo de vida: “O brasileiro é muito versátil e talentoso. Precisamos acreditar no caráter único de nossa cultura”. É com essa confiança que ele espera chegar o dia do anúncio de Obama.




‘Sala de aula reflete a fé na inclusão’



Vivendo nos EUA há 18 anos, Alexandre Lopes virou professor por acaso. Era comissário de vôo quando aconteceu o atentado às torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001. A empresa deu licença aos funcionários. Ele aproveitou e entrou na faculdade de Educação, especializou-se em alunos especiais e criou sua própria pedagogia

Foi para a lista dos top 50 dos EUA ao ser escolhido como o melhor professor da Flórida, em julho. Na quinta-feira, se tornou um dos quatro finalistas.



ENTREVISTA



A descontração característica de quem nasce no Rio de Janeiro ajudou na profissão?
Sim. Porém, descontraído ou não, sei sempre dizer o porquê de fazer o que estou fazendo. Saber a teoria por trás de minhas ações fez com que a descontração fosse respeitada.



No Brasil ainda se discute se alunos especiais devem aprender em salas de aulas regulares. O que você acha?
Acredito na inclusão. Quero uma sociedade que ofereça um lugar a todos os seus membros, indiscriminadamente. A sala de aula tem que refletir isso. Para isso dar certo, é preciso ter o apoio do governo e da sociedade.



Ficou surpreso por ter ficado entre os quatro melhores mestres dos EUA e concorrer a melhor do país?
Nunca imaginei que chegaria onde cheguei. Quando optei por fazer o que faço, procurei algo que me fizesse feliz. Não esperava reconhecimento nenhum.



Tem algum recado para os professores do Rio de Janeiro?
Meus colegas do Rio têm tarefa extra: preparar os jovens para mostrar durante a Copa e as Olimpíadas que se o Brasil já é um sucesso hoje, quando eles tomarem a dianteira, será inimaginavelmente melhor.




O professor brasileiro, que é o quarto representante consecutivo da Flórida entre os finalistas, agora concorre com três professores do ensino fundamental II e ensino médio dos estados de Washington, Maryland e New Hampshire, que dão aulas de química, física, inglês e música.
Os quatro participarão de um encontro na capital dos Estados Unidos em abril, quando o anúncio do grande vencedor será feito em um evento na Casa Branca.
Desde julho de 2012, quando foi eleito o melhor professor da Flórida e passou a integrar o grupo de 50 competidores da etapa nacional, Lopes tem viajado pelo estado onde mora dando palestras para outros professores sobre sua metodologia na sala de aula e entrevistas a diversos meios de comunicação americanos
Doutorando da Universidade Internacional da Flórida, ele se especializou na educação especial para a primeira infância e, há oito anos, trabalha na escola Carol City Elementary, em Miami.


Fontes: http://odia.ig.com.br/portal/educacao/brasileiro-%C3%A9-nota-10-nos-eua-1.537591
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/01/brasileiro-e-um-dos-4-finalistas-ao-premio-de-melhor-professor-dos-eua.html