segunda-feira, 27 de maio de 2024

DESAFIO DA CALIGRAFIA DOS SUPERDOTADOS


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Escritores resistentes: 
o desafio da caligrafia para alunos superdotados

Por Olzenir Ribeiro

A luta com o dever de casa que fica em branco, o lápis quebrado com raiva, as lágrimas de choro profundo, estas são as marcas de um escritor relutante. Já é uma realidade que os anos do ensino fundamental trazem algumas das batalhas com escrita mais desesperadoras e dolorosas que os alunos superdotados enfrentam.

A dor maior é ainda ser rotulado de aluno preguiçoso ou teimoso, sem que os professores compreendam que existem várias razões na população sobredotada que podem contribuir para desafios de escrita, especialmente para alunos com idades entre os 6 e os 11 anos:

1. Assincronia: discrepância na capacidade intelectual e na produção física da criança com uma tarefa escrita; ficam frustrados porque suas habilidades motoras finas não conseguem acompanhar a tempestade de ideias em sua cabeça; podem estar pensando em abstrações desde tenra idade e não ter vocabulário para captar seus conceitos.

2. Pensamento Rígido: grande parte da estrutura da vida pode ser reduzida a uma fórmula ou a um princípio científico para estes alunos e o exercício de escrita pode ser demasiado aberto parecendo ser um processo abstrato sem regras.

3. Perfeccionismo: eles estabelecem padrões elevados para si e na escrita isso pode se tornar paralisante quando eles passam horas tentando aperfeiçoar a caligrafia ou reescrevendo a mesma frase até que pareça perfeita. O perfeccionismo está muitas vezes ligado a sentimentos de aceitação.

4. Interesse pessoal: as tarefas de redação podem trazer expectativas irracionais se o tópico não tiver interesse pessoal para o aluno. Para um cérebro curioso, escrever em uma estrutura que considere estimulante ajuda.

5. A dupla excepcionalidade: a luta pode ser com a disgrafia; se for, procurar um profissional se a duração, intensidade ou frequência dos desafios aumentar.

Chegar à raiz da resistência ajuda a oferecer o apoio de que precisam, em vez de só dizer são “ruins” na escrita. Observar uma combinação de alguns itens acima ou algo que esteja contribuindo para essa dificuldade. Identificada a origem, pais, educadores e alunos podem trabalhar juntos para criar intervenções conforme necessidades únicas e sobre o que funciona bem para eles.

Extraído do Texto da Drª Olzenir Ribeiro

domingo, 5 de maio de 2024

QUEM DEVE AVALIAR AH/SD?

 


O texto abaixo, trata-se de uma postagem no perfil de SUZANA GRACIELA PÉREZ BARRERA, no Facebook, sobre a competência de quem deve emitir um diagnóstico de ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO, publicada em 04/05/2024. Segue:


Muitas pessoas me perguntam:

Quem consegue identificar pessoas com altas habilidades/superdotação (AH/SD)?

Particularmente porque eles receberam a resposta categórica, especialmente de psicólogos, de que somente eles podem fazê-lo.

Lembro-me das dezenas de vezes que fui dar palestras nas Faculdades de Psicologia que, no meu último ano de formação, nunca tinham ouvido falar do assunto.
 
É como se um dentista tivesse que avaliar um paciente cardiológico, ou um cirurgião cardíaco tivesse que dar uma aula de música. 

SEM FORMAÇÃO ESPECÍFICA, a avaliação de um/a psicólogo/a só pode fazer um teste psicométrico que, sim, é de uso exclusivo de psicólogos, mas que não é capaz de identificar Altas Habilidades/Superdotação.

Ao longo dos meus quase 30 anos de experiência, trabalho e estudo na área, conheci e recebi e identifiquei centenas de pessoas com Altas Habilidades/Superdotação que foram diagnosticadas - por psicólogos e psiquiatras - com autismo, TDAH, TOD, TOC, transtorno de ansiedade, dislexia, disgrafia, discalculia e todas as outras (dis), borderline e até esquizofrenia, entre outras perturbações. 

Muitas delas tiveram que conviver com esse diagnóstico errado por muito tempo até serem devidamente identificadas como PESSOAS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO.

Eu pergunto a esses profissionais qual a formação que eles tiveram para identificar essas pessoas e a resposta vem muito rapidamente.

Para “diagnosticar” algo, os/as psicólogos/as têm que se manter em algum dos códigos estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DMS-V) que não tem nenhum para AH/SD ou nada parecido, porque de facto não se trata de um distúrbio psicológico.

Eles/as podem avaliar o que alguns ainda insistem em chamar de “inteligência”, aplicando os testes psicométricos que avaliam o raciocínio matemático e linguístico (apesar dos estudos mais avançados no mundo inteiro que já os fizeram cair por terra e que NÃO são equivalentes às AH/SD.

Então, por favor, paremos de acreditar nesta falácia e para identificar pessoas com Altas Habilidades/Superdotação, vamos procurar profissionais DE QUALQUER ÁREA COM FORMAÇÃO SÓLIDA ESPECÍFICA PARA IDENTIFICAR ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO.

FONTE: https://www.facebook.com/share/p/mcxsdh6CBwEfC2tB/?mibextid=oFDknk


SUZANA GRACIELA PÉREZ BARRERA: Mestre e Doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do RS, pós-doutorado na Faculdade de Educação da UFSM, Especialista em Educação Especial - Área de Altas Habilidades pela Faculdade de Educação da UFRGS e bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi sócia-fundadora e presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação durante quatro gestões e presidente da Comissão Técnica dessa instituição; presidente e membro do Conselho Técnico da Associação Gaúcha de Apoio às Altas Habilidades/Superdotação. É delegada por Uruguai perante o World Council for Gifted and Talented Children e perante o European Council for High Ability. Foi consultora da UNESCO para a Secretaria de Educação Especial do MEC (2007, 2011), docente em cursos de extensão e pós-graduação; atuou na formação de professores e assessoria na área de Altas Habilidades/Superdotação a redes municipais e estaduais em diversos estados brasileiros e como orientadora em cursos de especialização, Mestrado e Doutorado. Foi assessora ad-hoc na elaboração de Diretrizes técnicas, pedagógicas e administrativas para o atendimento às AH/SD para o Ministério de Educação da Colômbia, membro do grupo de trabalho sobre Altas Habilidades/Superdotação junto ao Ministério de Educação do Uruguai e consultora da Fundação Mawhiba na mesma área na Arabia Saudita. Foi orientadora de Mestrado em Educação da Universidad Católica del Uruguay e professora na Universidad de Montevideo. Foi Coordenadora da Unidade de Pesquisa e do Curso de Especialización en Educación Inclusiva para Estudiantes con Altas Habilidades/Superdotación da Facultad de Ciencias de la Educación da Universidad de la Empresa, onde actualmente é Coordinadora do Doutorado em Educação, professora do Programa de Formación Avanzada en Educación (Mestrado eDoutorado) orientadora no Mestrado e Doutorado em Educação e editora-chefe das publicações Revista Sudamericana de Educación, Sociedad y Universidad e Avances de Investigación, da Universidad de la Empresa, Montevidéu, Uruguai. Já escreveu diversos artigos e capítulos em publicações nacionais e internacionais e varios livros. É membro de Conselhos editoriais e parecerista de revistas nacionais e internacionais. É pesquisadora dos Grupos de Pesquisa CNPq Educação Inclusiva/Educação Especial: Políticas, Práticas e Processos de Desenvolvimento Humano (UFPR); Sociedade, Diversidade da Inteligência e Mentalidade Cultural (UNICAP) e é pesquisadora líder do Grupo de Investigación en Altas Habilidades/Superdotación (GIAHSD) (UDE, Uruguai) e do Phoenix International Research Group. É membro do Sistema Nacional de Investigadores de Uruguai. Foi selecionada para uma bolsa Fulbright de Pesquisadora Visitante na UConn. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: altas habilidades, superdotação, educação especial, educação inclusiva, inclusão e Políticas Públicas de Educação Especial. A partir de 2018, o presente CV terá continuidade na Plataforma CVUy da Agencia Nacional de Investigación e Innovación (ANII), Uruguay, no seguinte link: https://exportcvuy.anii.org.uy/cv/?26ebf36e8c95c37e9e07ea11a5844e80a714a9bb34ebd763730ee376bc6ddd37d1b40a409c288d40578a20b7148db73881cd630bd0f4837b6222e770401cc2f6

Informações coletadas do Lattes em 04/03/2024


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