Foto: Adenir Britto/PMSJC
Com cerca de 55 atividades no contraturno, o Decolar atende mais de 260 alunos com altas habilidades.
Paula Pessoa
Secretaria de Educação e Cidadania
Colaboração da estagiária Sara Boratto
Com 856 estudantes cadastrados como superdotados, São José dos Campos ocupa o segundo lugar no Brasil, de acordo com o ranking de 2022 do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), que é a autarquia do Governo Federal responsável por estatísticas e avaliações do ensino no país. Curitiba (PR) lidera o levantamento, com 1.426 alunos, e São Paulo está na terceira posição, com 548.
Na rede de ensino municipal de São José, mais de 260 alunos com altas habilidades de 45 escolas estão inseridos no programa Decolar, que faz parte da educação especial inclusiva. O projeto busca identificar, acompanhar e estimular o desenvolvimento do potencial dos estudantes, que participam de atividades durante o contraturno escolar.
São mais de 55 opções em diferentes áreas do conhecimento. Atualmente as oficinas do programa são conduzidas por 67 voluntários, que doam tempo e conhecimento para atividades com os alunos.
Oportunidades
Mais do que estatísticas e números, o objetivo é ampliar as oportunidades para os que se destacam e precisam de uma intervenção educativa especializada para continuar a trajetória estudantil com sucesso. “O Decolar é importante porque os alunos superdotados precisam de algo a mais e proporciona vivências que dificilmente eles teriam em outro lugar", afirmou a orientadora de ensino do programa, a professora Suellen Diana Araújo Martins.
Ela explica que o programa utiliza uma metodologia para estimular o potencial e talento e busca oferecer meios para atender a expectativa de crianças e adolescentes. “Além de desenvolver a parte cognitiva, são trabalhados valores por meio de uma educação humanista.”
“O mais importante dentro do Decolar não é tornar o aluno muito bom em um determinado assunto, mas formar pessoas de valor, que apresentem compromisso, ética, respeito consigo e com os outros, ou seja, uma personalidade sadia”, frisa Suellen.
Experiências
Manoela de Araújo está no 7º ano da Emefi Maria Amélia Wakamatsu, do Campos de São José, e participa das atividades de fotografia, desenho, matemática e história. “Eu gosto muito do Decolar porque é uma oportunidade muito boa, gosto de conhecer pessoas, fazer amigos e aproveitar tudo que oferecem. São diversas experiências marcantes que já tive até hoje."
Para a mãe da estudante, Jailma Bezerra de Araújo, as lembranças são diversas, mas especialmente a de uma apresentação de teatro feita por Manoela. "Eu fiquei muito emocionada quando soube que minha filha tinha sido chamada para o projeto e depois quando a vi subir no palco para se apresentar. O Decolar é muito importante para o futuro, eu a incentivo a ir atrás dos sonhos e estou aqui para ajudá-la sempre que puder.”
Aluna do 9º ano da Emefi Ana Berling Macedo, do Alto da Ponte, Maria Ester da Silva Carneiro Faria está no Decolar há três anos. No programa, ela recebe incentivo para seguir a vocação de ser professora de história, além de participar de atividades de física, fotografia, filosofia, história, literatura dramática e inglês.
“Quero aproveitar ao máximo essa oportunidade no Decolar porque sei que tudo isso posso levar para a vida”, ressalta a estudante. “Gosto muito de falar, e aqui eu aprendo a dialogar, a me apresentar e também a trabalhar minha fala. Nós somos estimulados a aperfeiçoar nossas habilidades. Os professores apóiam, fiz muitos amigos e me sinto em um espaço muito bom, que é importante para o meu futuro.”
Programa
Para fazer parte do Decolar, os estudantes com capacidade elevada são observados pelos professores da rede do 2º ao 5º ano do ensino fundamental. Após esse período, eles passam por uma análise de dados e observação assistida pela equipe de especialistas.
As áreas trabalhadas pelo programa são criatividade, habilidades e expressão, ciências, investigação e tecnologia, comunicação, organização e humanidades. Os alunos escolhem as atividades conforme o interesse e montam um plano individual de trabalho. A partir dessa programação, são montadas as ações e atividades semanais, sempre no contraturno escolar.
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