Os alunos têm oportunidade de desenvolver suas altas habilidades de acordo com as áreas de seu interesse.
A maior satisfação da professora Leila Branco, que atua há dez anos no atendimento educacional especializado a alunos com altas habilidades/superdotação, é ver o desenvolvimento da autoestima dos estudantes.
“O aluno com altas habilidades é um estudante ‘invisível’ ou ‘rotulado’ no contexto escolar, muitas vezes incompreendido”,
destaca.
“Quando ele participa do atendimento e encontra outros alunos que têm paixão por aprender assuntos incomuns ou motivação intrínseca para realizar projetos sente-se feliz.”
Há 23 anos no magistério público do Distrito Federal, Leila trabalhou como professora de história e de sociologia no ensino médio em escolas das regiões administrativas de Ceilândia, Guará e Taguatinga. Foi também coordenadora pedagógica do ensino médio e do ensino especial.
Ao descobrir que a Secretaria de Educação do Distrito Federal oferecia, desde 1975, um serviço educacional a alunos com superdotação, ela se identificou com a metodologia adotada e viu ali uma oportunidade desafiadora de trabalhar com alunos de alto potencial.
“Fiquei curiosa e fascinada pelo referencial teórico adotado, do educador norte-americano Joseph Renzulli”, recorda.
No Centro de Ensino Fundamental 1 do Lago Norte, onde trabalha, Leila atua na sala de recursos para altas habilidades, que atende estudantes da própria escola e também de outras instituições. O trabalho é realizado uma vez por semana, com oito alunos por turno, no período contrário ao das aulas normais.
“Tive alunos que escreveram livros de ficção, de até 350 páginas, e de poesia. Outros criaram jogos. Um deles descobriu novo padrão matemático”,
revela a professora.
“Meu trabalho é de tutoria, e busco suporte e parceria com a Universidade de Brasília (UnB) ou de especialistas quando o trabalho supera as expectativas ou requer um conhecimento de que não disponho.”
No caso do padrão matemático, por exemplo, Leila diz que foi auxiliada pela professora doutora Aida Fadel, coordenadora do Projeto Precoce da Faculdade de Tecnologia da UnB.
Segundo Leila, os alunos podem ser indicados por professores, pela família ou procurar, eles mesmos, o atendimento, caso se identifiquem com o perfil de altas habilidades. Em todos os casos, devem passar por um período de observação, no qual vão desenvolver atividades exploratórias de conhecimento, de instrumentalização e de projetos para resolução de problemas vinculados a áreas de interesse, tais como astronomia, botânica, literatura e sustentabilidade.
De acordo com dados do primeiro semestre deste ano, mais de 1,5 mil estudantes foram atendidos por professores do Núcleo de Altas Habilidades–Superdotação (Naah-s), que atuam em 19 unidades escolares. O atendimento é feito de forma centralizada nas diversas coordenações regionais de ensino.
“No Distrito Federal, contamos com a participação importantíssima da Associação de Pais, Professores e Amigos dos Alunos com Altas Habilidades–Superdotação (Apahs-DF)”,
salienta a chefe do Naahs na Secretaria de Educação, Viviane Calce de Moraes.
“Acredito no trabalho de parceria da secretaria com a Apahs para o fortalecimento do atendimento e ampliação das conquistas.”
Viviane explica que o núcleo do Distrito Federal atende 70% dos estudantes da rede pública e 30% da rede particular, da educação infantil até a idade máxima de 18 anos. O atendimento é feito de acordo com a habilidade ou área de interesse do aluno, mas certos temas têm mais destaque em alguns locais.
“É o caso de Sobradinho, com a robótica; Planaltina, com as artes cênicas; Gama, com a área acadêmica, e Plano Piloto, com as artes visuais, entre outros”,
explica Viviane.
Há 16 anos no magistério, ela tem graduação em pedagogia e especialização em psicopedagogia.
Por: Fátima Schenini
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=3659
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