A psicóloga Andréia Rosélia Alves Panchiniak é coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Santa Catarina
Amanda, Olavo e Tiago apresentam grande talento em áreas diferentes — o que não identifica necessariamente superdotação.
Em 12/10/2013 o Diário Catarinense, publicou uma matéria em seu site, onde por telefone, conversou com a coordenadora do NAAH/S, a psicóloga Andréia Rosélia Alves Panchiniak, que é especialista no atendimento a crianças e jovens com altas habilidades, sobre a importância da descoberta e do estímulo de crianças com altas habilidades, os superdotados.
Desde 2006, no Estado de Santa Catarina, o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S), em parceria com o Ministério da Educação, Secretaria de Estado da Educação e Fundação Catarinense de Educação Especial faz o atendimento a crianças e jovens com altas habilidades identificadas.
Na reportagem, a
psicóloga Andréia Rosélia Alves Panchiniak, coordenadora do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação de Santa Catarina respondeu as seguintes perguntas:
Há muitos superdotados em Santa Catarina?
Andréia Rosélia Alves Panchiniak - A literatura fala de 3,5% a 5% de alunos superdotados no Estado, o que significa que de 39 mil a 55 mil crianças apresentam altas habilidades. Se pegarmos os números daqueles alunos que poderiam desenvolver talentos e as capacidades, a gente teria 15% da população, o que daria na rede regular 169 mil alunos, mas eles ainda são invisíveis para a escola.
Quais as dificuldades da escola para lidar com crianças que apresentam altas habilidades?
Andréia - Esses alunos são invisíveis para a escola porque quando eles são bons academicamente, eles caminham sozinhos. Acabam não preocupando ou não ocupando os professores. É apenas quando eles começam a apresentar algum tipo de desinteresse pela escola ou começam a rivalizar os professores provocando-os no seu saber é que eles são notados, mas começam a ter outros rótulos que não são dos superdotados. Eles são chamados de crianças hiperativas, revoltadas e outras definições. E se ele for um criativo-produtivo, outra área do talento humano, que são crianças que possuem talento musical, artístico e na oratória, a escola tende a duvidar do potencial que o aluno apresenta. Para a escola atual, o aluno tem que ser bom em tudo, o que também é um mito. O aluno superdotado não precisa ser bom em todas as áreas do saber.
As crianças que apresentam habilidade em alguma área são consideradas superdotadas? O que são altas habilidades?
Andréia - O superdotado é aquele que apresenta uma capacidade superior em uma das áreas do potencial humano. Além dessa capacidade, ele tem uma criatividade e, além da inteligência superior, também apresenta persistência na tarefa. Nós temos o sujeito que produz algo novo, com criatividade e que tem foco. Um dos autores que a gente conceitua para a dotação é o psicólogo pesquisador Joseph Renzulli, em seu Modelo dos Três Anéis, e ele diz justamente isso. Para esclarecer: quando a criança apresenta destaque em uma área, nós estamos, sim, diante de um aluno superdotado, que tem um desenvolvimento superior naquela área.
De que forma os professores e os pais podem estimular o desenvolvimento de uma criança superdotada?
Andréia - A gente sabe que existe o enriquecimento escolar, a aceleração dos estudos e a complementação de atividades. É preciso proporcionar desafio aos alunos, se a criança já domina um conteúdo da segunda série, por exemplo, ela pode ser acelerada. É possível fazer oficinas, ser apresentado a especialistas da área em que ele se destaca, entre outros projetos de enriquecimento e modalidades. É preciso desafiar esses alunos para que eles se desenvolvam ainda mais.
Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/noticia/2013/10/especialista-fala-sobre-atendimento-a-criancas-e-jovens-com-altas-habilidades-4297780.html
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