Crianças pré-escolares pensam e aprendem como cientistas
Será que acontece com todas as crianças? Ou vai depender do estímulo para que elas continuem com interesse em fazer novas descobertas? Meu filho é um cientista nato, é curioso e gosta muito de ciência, está sempre interessado em fazer experiências. Pois isso, estou postando essa matéria da revista "Hipe Science" que trata do tema.
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) revelou que crianças muito novas pensam como “cientistas”.
Elas “analisam” padrões estatísticos, fazem “experiências” e aprendem observando colegas. O que elas estão aprendendo? A viver.
A principal pesquisadora do estudo, Alison Gopnick, que estuda a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, explica que as crianças aprendem sobre o mundo ao seu redor de forma semelhante a que os cientistas conduzem estudos.
Claro que eles não fazem isso conscientemente. Mas também não fazem de forma aleatória.
Os experimentos das crianças são as brincadeiras. A partir desses “experimentos”, elas são capazes de “analisar” probabilidades e fazer inferências causais, além de aprender por observação de terceiros. Experiências mostram que crianças tão novas quanto 2 anos podem inconscientemente captar padrões estatísticos e usar essa informação para resolver problemas.
Por exemplo, em um experimento conduzido por Gopnick, crianças a partir de 2 anos observaram que uma máquina acendia e tocava música quando certos objetos eram colocados sobre ela.
As crianças viram que, quando colocado sobre a máquina, um bloco ativava luzes e música duas a cada três vezes. Um segundo bloco ativava luzes e música duas a cada seis vezes que era colocado na máquina.
Em seguida, os experimentadores pediram que as crianças fizessem a máquina acender suas luzes e tocar música. “Elas viram a máquina ativar duas vezes em ambos os casos, mas se elas estivessem calculando a probabilidade da máquina ativar, deveriam preferir o primeiro bloco, que a ativou duas a cada três vezes”, explica Gopnick. E foi exatamente isso que elas fizeram.
Outras pesquisas indicam que “brincar” é a maneira das crianças “experimentarem”. “No caso do experimento da máquina, as crianças espontaneamente passaram a ‘brincar’ com ela, como se fizessem um monte de experiências que lhes deram as informações de que precisavam para descobrir como o brinquedo funcionava”, argumenta Gopnick.
Outra forma que crianças pequenas têm de aprender é observando as ações dos outros e as suas consequências.
Ensinar x Experimentar
Segundo Gopnick, a pesquisa mostra que é importante deixar a criança descobrir certas coisas sozinha quando está crescendo.
Ser ensinado de como fazer alguma coisa tem vantagens tanto para as crianças quanto para os cientistas, mas também tem desvantagens. “Ser ensinado sobre algo, em vez de explorá-lo por conta própria, desencoraja exploração que pode levar a novas conclusões”, diz Gopnick.
Isso significa que, ao invés de fazer os primeiros anos escolares mais acadêmicos, os educadores deveriam expor as crianças a um ambiente mais lúdico, que proporcione experiências em que elas tenham que pensar para chegar a conclusões, sem obter instrução direta.
"Eu acho que esta nova pesquisa mostra que as crianças têm habilidades cognitivas incríveis aos 2, 3 e 4 anos. Elas devem tocar, experimentar, explorar. Se o ambiente pré-escolar for muito acadêmico, mais como escola, nós realmente não estamos incentivando as crianças a fazer o trabalho de profundidade científica e cognitiva que elas são capazes de fazer”, conclui.
Fonte: http://hypescience.com/criancas-pre-escolares-pensam-e-aprendem-como-cientistas/
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