quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

TECNOLOGIA SOCIAL NA AMAZÔNIA

Tecnologia social é alternativa para melhoria de vida do amazônida

CIÊNCIAEMPAUTA, POR VANESSA BRITO


Foto: Agecom/Chico Batata/)
Instituições atuantes no Amazonas estão apostando cada vez mais no uso da chamada tecnologia social. A adoção dessa dinâmica fortalece o papel da ciência e da tecnologia como meios capazes de contribuir para a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida da população.
Entendida como produtos, técnicas ou metodologias, reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade, a tecnologia social passa pelo protagonismo e a sinergia de conhecimento (científico-tecnológico e local).  Uma das instituições, no Estado, que está intensificando ações com foco em tecnologia social é o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
A experiência está sendo bem sucedida. Segundo a coordenadora de Tecnologia Social do instituto (COTS/COEX), Denise Gutierrez, o grupo, criado em março de 2011, já contabiliza 40 projetos voltados para questões de valor social, já realizados ou em fase de implantação.
Para ela, os projetos são respostas concretas e viáveis para solução de problemas do cotidiano. Ela destaca como linhas de pesquisa, os trabalhos envolvendo promoção de saúde, processos educativos integrais, habitação de baixo custo e valor ambiental, além do acesso à água potável e outras que contribuem para a melhoria da qualidade de vida da população.  Segundo Denise, os projetos são os braços estendidos da pesquisa para o âmbito social, no diálogo com o coletivo.
“A pesquisa não pode ser uma atividade isolada, em que os cientistas só conversem com seus pares. Ela precisa ser socializada, divulgada e apropriada a partir de seus resultados pela sociedade como um todo. A tecnologia social se caracteriza pela interação. Na interface com a comunidade, desenvolvem-se metodologias e processos que ajudam na Saúde, Educação e etc. Os projetos são importantes, já que a Amazônia tem uma riqueza não só biológica, mas uma sociodiversidade enorme”, afirmou.

PROJETOS
A precariedade e baixa qualidade de vida nas comunidades do interior do Estado contribuem para chamar a atenção dos pesquisadores para a elaboração e desenvolvimento de projetos de tecnologia social. Gutierrez ressalta que a demanda maior de projetos diz respeito à geração de trabalho e renda, em especial voltada para a produção de alimentos.
“A segurança alimentar é uma questão que demanda muita energia para sua resolução em nossa região. As necessidades são imensas, mas a capacidade técnico-científica é também bastante grande. Falta maior atuação do Estado no sentido de favorecer a apropriação do conhecimento desenvolvido pelas comunidades”, ressaltou.

ATUAÇÃO
Comunidade ribeirinha (Foto: AE/Paulo Pinto)
Comunidade ribeirinha (Foto: AE/Paulo Pinto)
As comunidades atendidas, segundo a pesquisadora, são regiões de extrema pobreza onde falta acesso a bens e serviços essenciais. Entre as localidades, destaque para o  Alto Solimões e os municípios de Atalaia do Norte, Benjamim Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Barcelos e Fonte Boa. Os municípios nos arredores de Manaus (Manacapuru, Presidente Figueiredo, Iranduba, Manaquiri) e sua área de influência também recebem várias ações.
Segundo a coordenadora de tecnologia social do Inpa, os próprios comunitários ajudam a criar soluções para os problemas que enfrentam no dia-a-dia. “Cabe aos pesquisadores interagir com as comunidades disponibilizando seu saber – que é sempre parcial – e no diálogo, abrirem-se para a construção conjunta, pois o produto (tecnologia social) é coletivo. Articula conhecimento científico com saber tradicional e popular”, ressaltou.
DESAFIOS
Entre os principais desafios para a execução dos projetos, pode-se destacar os recursos financeiros insuficientes para a finalização das atividades.
“O grande problema é receber recursos que contemplem não só atividades científicas de produção de conhecimento, mas atividades de mobilização social e construção coletiva de conhecimento. As linhas de financiamento para o desenvolvimento de tecnologias sociais ainda são muito restritas”, avaliou Gutierrez.
TECNOLOGIA SOCIAL
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tecnologia social compreende técnicas ou metodologias desenvolvidas na interação com a comunidade que possam ser reaplicadas em diferentes contextos para propiciar oportunidades de inclusão produtiva e social, bem como soluções tecnológicas convencionais que favoreçam o aperfeiçoamento ou a inovação de produtos, processos e serviços de empreendimentos individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
Na opinião da pesquisadora, a Ciência precisa atender às necessidades da sociedade que a financia e sustenta, contribuindo para a diminuição das desigualdades sociais e promovendo inclusão.
 E você, concorda?

Fonte: http://www.secti.am.gov.br/2012/12/tecnologia-social-e-alternativa-para-melhoria-de-vida-do-amazonida/




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