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16/08/13 // ESCOLA // ESPAÇO PÚBLICO // ITÁLIA POR DAVI LIRA
A atividade da escuta não é algo fácil de praticar, ainda mais quando o interlocutor em questão é uma criança.
A busca por estimular as crianças a usarem todas as suas maneiras de expressão, não apenas a fala e a escrita, mas gestos e olhares, por exemplo, é um das características mais marcantes das creches e pré-escolas da pequena cidade italiana. “O nosso objetivo é instigar o desejo da criança. Executamos um trabalho diário que não é fácil. Seria mais cômodo ficarmos em frente à sala de aula e pedirmos para elas fazerem alguma atividade isolada. Fazemos diferente, buscamos escutar todas as crianças, algo que não é simples”, afirma Iride Sassi, professora de artes em Reggio Emilia.
Além da atenção individual concedida a cada criança – algo proporcionado pela presença de duas professoras por sala –, a participação dos pais na escola é outro ponto bem marcante. “Para que o processo seja conduzido da melhor maneira precisamos do envolvimento dos pais. A escola é o lugar onde adultos e crianças crescem juntos. Nos interessa muito esse processo de troca entre pai e filho e entre pai e escola”, fala Deanna Margini, outra educadora de Reggio Emilia.
“É preciso buscar cada vez mais a qualidade. A escola precisa estar sempre bonita, bem cuidada, acessível, aberta a todos e sempre buscando uma reflexão dos seus métodos e processos”
Com um projeto sólido de educação, não falta interesse na utilização da metodologia em outras escolas, inclusive no Brasil. Algo que melhoraria o quadro de educação no país, segundo Marília Dourado, representante da RedSolare Brasil, entidade sem fins lucrativos que difunde as práticas da abordagem reggiana. “A sociedade brasileira clama por uma educação de qualidade. Nós temos muitos bons discursos, belos documentos, mas nem sempre somos capazes implementá-los no cotidiano. Por isso, que pretendemos incentivar a abordagem em algumas instituições públicas e privadas brasileiras”, diz Marília.
Para melhor entender alguns dos princípios que sustentam a abordagem reggiana, o Porvir selecionou algumas frases que listamos a seguir:
Protagonismo
“Uns acreditam que o critério mais importante é o de resultados, para nós, são os processos, principalmente o da escuta. Isso tem mais valor”
“A criança é um sujeito ativo que deve ser escutado. Temos que tentar a todo custo assegurar essa escuta”Iride Sassi
Reggio Emilia
Reggio Emilia
“A criança deve ser vista como única e singular, e como um sujeito ativo que tem possibilidade de ir mais além, nas mais diferentes linguagens. É justamente aí que está a beleza da vida”
Direito à educação
“A escola como um direito é uma afirmação que não pode ser vista como um objetivo-fim. Ela deve servir sempre como estímulo a ser alcançado.”
Deanna Margini
Reggio Emilia
Deanna Margini
Reggio Emilia
Autonomia
“Com 5 anos de idade, é mais importante que o aluno seja autônomo, tenha uma boa autoestima, saiba estar com o outro e possa amarrar o próprio cadarço do sapato, do que qualquer tipo de conhecimento formal.”
Participação dos pais
“A escola deve sempre está pronta a acolher os pais. Isso deve ser uma constante. Mas sabemos que a troca nem sempre é fácil”
Iride Sassi
Reggio Emilia
Iride Sassi
Reggio Emilia
“Propor uma coesão social dentro da escola e se aproximar da comunidade devem ser objetivos a serem perseguidos. Os bons resultados só acontecem quando há um pacto local pela educação”
“Assim como apregoa a abordagem em Reggio Emilia, a família deve se reconhecer parte da escola e estar sempre presente nela, opinando, tomando decisões. Os pais devem assumir essa responsabilidade de participar da história dos filhos”
Marília Dourado
Redsolares
Marília Dourado
Redsolares
Fonte: http://porvir.org/porpensar/a-crianca-e-um-sujeito-ativo-deve-ser-escutada/20130816
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